É difícil achar por aí uma criança que não tenha passado por ao menos um período de recusa de alimentos — principalmente de frutas, legumes e verduras. É uma etapa normal do desenvolvimento, mas a maneira como os pais lidam com a situação pode influenciar no comportamento alimentar dos filhos pelo resto da vida. Se você está passando por essa situação agora, veja as dicas da nutricionista Caroline Feitosa para ampliar o paladar dos pequenos.
Não faça pressão, chantagem ou barganha
Dizer que a criança só ganhará tal coisa se comer, brigar e pressioná-la é contraindicado. Isso pode criar memórias negativas associadas à comida e fazer com que a criança tenha mais dificuldade de aceitar aquele alimento ou mesmo outros novos no futuro.
Mude o ambiente e o ritual da comida
É comum ouvir do pessoal da escola que a criança come de tudo lá, mas em casa nada. Geralmente, isso ocorre porque na escola há um ritual bem estabelecido, onde todas as crianças sentam juntas, no mesmo horário, comem a mesma coisa e conversam enquanto isso. Que tal replicar esse hábito em casa, comendo todos juntos, colocando os vegetais em todos os pratos e sem distrações como TV e celular?
Seja o exemplo
Boa parte da história de que “criança não come vegetal” é impulsionada pelos próprios adultos, que têm eles mesmos atitudes negativas com frutas, legumes e verduras — tratando-os como algo meramente obrigatório. “Diria que o exemplo dos pais é uma das coisas que mais influencia na aceitação da criança”, destaca a profissional.
Ofereça opções aos pequenos
Ao invés de já chegar com o prato pronto, experimente dar ao pequeno a autonomia para a montagem, mas com regras. Por exemplo, ele tem que colocar ao menos uma verdura ou cinco cores: branco, verde, marrom, laranja e vermelho. Se o tempo for corrido, ofereça ao menos mais de uma opção de verdura.
Tudo bem não gostar de tudo
Pessoas têm preferências muito peculiares e tudo bem se o seu filho não gostar de um determinado alimento. “Se ele não come mandioquinha de jeito nenhum, tudo bem trocar por batata ou outro item da mesma família”, ensina Caroline. O problema é quando ele não quer saber de nada diferente.
Transforme o prato em uma experiência lúdica
Colocar a comida com uma apresentação divertida é uma estratégia que costuma agradar os pequenos. “O arroz pode ser um rosto, a salada vira um cabelo e por aí vai. Na Internet tem várias inspirações bacanas que podem ajudar os pais e/ou cuidadores a deixarem os pratos mais atrativos”, diz.
Ofereça o vegetal em situações diferentes
Não estamos falando de camuflar, método que só é recomendado quando todos os outros já falharam para evitar deficiências nutricionais. A ideia aqui é picar e preparar em formatos diferentes, sem esconder o que a criança está comendo. “Se ela não gosta de cenoura crua ralada, tente a picada em uma outra receita que ela já gosta, ou em palitos”, ensina Caroline.
Ofereça menos doces e ultraprocessados
Balas, sorvetes, bolachas e salgadinhos contêm muitos aditivos que deixam a comida mais palatável, em especial sal, gordura e açúcar. O excesso e a frequência deles nos primeiros anos de vida, quando a criança está desenvolvendo suas preferências alimentares, pode fazer com que ela perca o interesse por itens de sabor mais suave e in natura.
Procure ajuda se necessário
A fase seletiva tende a passar no máximo até os seis anos de idade. Se persistir, ou ainda se a criança passar a chorar, cuspir ou até mesmo enjoar diante de novos alimentos, melhor procurar ajuda, pois o quadro pode evoluir para transtornos alimentares no futuro.
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